• Ministério do Meio Ambiente anuncia ações para fortalecimento de Reservas Extrativistas em Mirinzal.

    Primeira oficina regional em território quilombola do Maranhão marca início de programa que beneficiará mais de 1,5 mil famílias

    reservasarney-jpg
    reservasarney-jpg

    Mirinzal (MA) – Em uma iniciativa voltada para a preservação ambiental e fortalecimento das comunidades tradicionais, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou, nesta sexta-feira (2), o início de um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento das Reservas Extrativistas (Resex) nos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins.

    O anúncio foi feito pelo ministro Sarney Filho durante o encerramento da primeira Oficina Regional de Gestão Territorial e Ambiental dos Territórios Quilombolas, realizada na Reserva Extrativista Quilombo do Frechal, localizada no município de Mirinzal, no Maranhão.

    “Mais de 1,5 mil famílias serão beneficiadas. Esta é apenas uma parte do nosso compromisso com os povos e comunidades tradicionais”, afirmou Sarney Filho.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    Oficinas e diagnósticos em sete reservas extrativistas

    De acordo com o Ministério, até 31 de março serão realizados diagnósticos em sete reservas extrativistas da região. Em seguida, terão início as oficinas de capacitação, que visam apoiar e fortalecer a organização das associações comunitárias.

    O diretor do Departamento de Extrativismo do MMA, Mauro Pires, destacou que essas comunidades careciam de maior atenção governamental:

    “Essa região ainda estava carente. Outras reservas já contam com apoio do projeto Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), mas aqui era necessário um olhar mais direcionado.”

    Segundo ele, a organização comunitária e o acesso a políticas públicas são pilares fundamentais para que essas populações tradicionais possam desenvolver atividades sustentáveis com autonomia.

    Sinspumuc
    Sinspumuc

    Quilombolas na linha de frente da preservação ambiental

    A Reserva Extrativista Quilombo do Frechal foi escolhida como ponto de partida para o projeto por seu protagonismo e representatividade. A oficina regional teve como foco a gestão ambiental e o enfrentamento das mudanças climáticas no contexto das comunidades quilombolas.

    Sarney Filho reforçou o papel central dessas populações na conservação dos recursos naturais:

    “Estudos mostram que onde há comunidades quilombolas, há mais preservação ambiental. É fundamental reconhecer esse papel na agenda ambiental brasileira.”

    Avanços e investimentos anunciados

    Durante o evento, o ministro destacou medidas concretas para apoiar a comunidade local, como:

    • A proposta de compensação ambiental pela implantação da linha de transmissão da CEMAR;

    • O projeto de recuperação de áreas produtivas degradadas;

    • A readequação do sistema de abastecimento de água na comunidade;

    • E a quitação da dívida da Associação da Comunidade Frechal com o Fundo Nacional do Meio Ambiente, permitindo que a entidade volte a acessar editais e projetos governamentais.

    “Nossa história não começou hoje”, diz liderança local

    O líder comunitário Inácio de Jesus Ribeiro destacou os avanços conquistados desde a criação da unidade de conservação, mas reforçou a necessidade contínua de apoio:

    “Esse é um momento de suma importância. Precisamos de apoio para que nossa história continue viva e seja passada aos nossos descendentes.”

    O encerramento do ciclo de oficinas acontecerá em Brasília, durante um seminário nacional nos dias 24 e 25 de maio, com a expectativa de estabelecer diretrizes permanentes para a gestão ambiental em territórios tradicionais.

    Deixe uma resposta