Prazo de apenas 5 dias para desocupação gera apreensão entre trabalhadores; maioria depende exclusivamente do local para manter suas famílias
Centro de Abastecimento de Cururupu
Cururupu (MA) – A Prefeitura de Cururupu notificou feirantes do Centro de Abastecimento Municipal para desocuparem seus postos de trabalho no prazo de até cinco dias, sob a alegação de inadimplência com o pagamento de taxas municipais. A informação foi confirmada pelo Blog do Claudio Mendes, que teve acesso a um dos documentos oficiais, apontando débito superior a três meses por parte de uma feirante notificada.
A medida tem gerado revolta e apreensão entre os trabalhadores, muitos dos quais relatam que o mercado é a única fonte de sustento de suas famílias. Segundo relatos de feirantes ouvidos pelo blog, a notificação pegou todos de surpresa, principalmente devido ao curto prazo para desocupação, o que pode deixar dezenas de pessoas sem alternativa de renda.
“A gente trabalha aqui há anos, é daqui que tiramos o pão de cada dia. E agora, sem aviso prévio, querem que a gente saia em cinco dias? Como vamos sobreviver?”, desabafou um dos feirantes, que preferiu não se identificar.
ULTRAGAZ CURURUPU
Mercado de Cururupu: centro econômico e social da cidade
O Centro de Abastecimento de Cururupu é considerado um dos principais polos de movimentação econômica da cidade, especialmente por sua vocação na comercialização de pescados, já que Cururupu é um dos maiores produtores da região.
Sinspumuc
Diante disso, a desocupação em massa de boxes pode ter consequências econômicas graves, tanto para os comerciantes quanto para o município, que depende da circulação de mercadorias para fomentar arrecadação e emprego.
Função social e política pública
Especialistas destacam que o papel social do mercado municipal deve ser levado em conta nas decisões administrativas. Apesar da obrigação legal de cobrança por uso do espaço público, o município também possui dever constitucional de promoção do trabalho e da renda, conforme defendem juristas e gestores públicos em situações semelhantes.
“É preciso aplicar a lei com humanidade, levando em consideração que estamos lidando com o sustento de famílias inteiras”, diz um analista político ouvido pela reportagem.
Secretaria municipal não respondeu aos questionamentos
A reportagem tentou contato com a Secretária Municipal de Desenvolvimento Agrário, Abastecimento e Pesca, Nena de Fátima Bastos Chaves, responsável pela assinatura das notificações, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Caminho para solução: diálogo e alternativas
Diante da repercussão, espera-se que a prefeitura reavalie o caso com bom senso e diálogo aberto com os trabalhadores, criando condições para renegociação das dívidas e manutenção da ocupação dos espaços — o que pode evitar prejuízos maiores à cidade e às famílias envolvidas.