• Weverton Rocha é alvo da Polícia Federal em investigação sobre fraudes no INSS

    O senador expressou, em uma declaração oficial, sua surpresa com a busca realizada em sua residência e garantiu estar à disposição para esclarecer quaisquer questões assim que tiver acesso completo à decisão judicial.

    PF cumpre mandados na casa de Weverton Rocha
    PF cumpre mandados na casa de Weverton Rocha

    O senador Weverton Rocha (PDT-MA), que atualmente desempenha a função de vice-líder do governo no Senado, se tornou um dos alvos principais dos mandados de busca e apreensão da operação Sem Desconto, realizada na última quinta-feira. A investigação se concentra em um esquema de descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, também foi alvo de prisão domiciliar e foi removido do cargo de “número 2” da pasta.

    Além de Rocha, foram detidos durante a ação o filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do INSS’, e o advogado Eric Fidelis, que é filho do ex-diretor do INSS, André Fidelis.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    O senador expressou, em uma declaração oficial, sua surpresa com a busca realizada em sua residência e garantiu estar à disposição para esclarecer quaisquer questões assim que tiver acesso completo à decisão judicial.

    Os mandados incluem a execução de 52 buscas domiciliares e 16 prisões preventivas em diferentes locais, abrangendo o Distrito Federal, Maranhão, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais.

    De acordo com a Polícia Federal, as ações visam aprofundar as investigações e esclarecer práticas como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa, estelionato previdenciário, assim como atos relacionados à ocultação e dilapidação patrimonial, com a colaboração da Controladoria-Geral da União (CGU).

    Sinspumuc
    Sinspumuc

    A PF alegou que Weverton Rocha teria se beneficiado de recursos desviados do INSS, conforme mencionado na decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação.

    O documento policial ressalta que o senador era considerado uma figura de importância fundamental nas atividades empresariais e financeiras de Antônio Camilo Antunes, o ‘Careca do INSS’, que é central no esquema de descontos indevidos. A polícia afirma que o enriquecimento de Antônio foi facilitado pelo apoio político que recebeu.

    Durante as investigações, foi encontrado um arquivo em formato Excel intitulado “GRUPO SENADOR WEVERTON” em conversas entre funcionários associados a Antunes. Há também registros de fotografias do senador próximo a uma aeronave de propriedade de Antunes.

    O relatório da PF menciona que os principais envolvidos mantinham relações próximas com agentes políticos, especialmente um senador da República, que atuaria como “sustentáculo político” da operação criminosa, o que aumentava a capacidade de influência e proteção institucional do grupo.

    Em maio, o jornal O GLOBO informou que ‘Careca do INSS’ foi visto na residência do senador em Brasília durante um encontro social. Os dois também se encontraram anteriormente no Senado. Embora houvesse solicitação de informações sobre as visitas feitas por Antunes a diferentes gabinetes do Senado, o presidente Davi Alcolumbre não autorizou a divulgação desses dados.

    Weverton confirmou que teve encontros com Antônio Antunes, afirmando que o conheceu em um churrasco em sua casa, onde foi apresentado como empresário do setor farmacêutico.

    O senador declarou ainda que recebeu Antunes em seu gabinete no Senado pelo menos três vezes para discutir questões legislativas relacionadas à legalização da importação de produtos à base de cannabis para fins medicinais.

    Antônio Camilo Antunes, o ‘Careca do INSS’, tornou-se uma figura central no escândalo das fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões, sendo preso em setembro. Estima-se que cerca de quatro milhões de pessoas podem ter sido afetadas pelo esquema, que movimentou cerca de R$ 6 bilhões.

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