Intervenção paliativa expõe falta de planejamento e infraestrutura nas regiões periféricas da cidade.
CURURUPU (MA) – A precariedade da infraestrutura no bairro do Jacaré, um dos mais populosos e tradicionais de Cururupu, voltou a ser evidenciada após uma das ruas principais do bairro se tornar completamente intrafegável. A situação foi agravada pelas fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos meses e, segundo moradores, pela ausência de ações preventivas e estruturantes por parte do poder público municipal.
Em resposta emergencial, a Prefeitura de Cururupu construiu uma ponte de madeira improvisada, vista por muitos moradores como uma solução paliativa e insuficiente. A estrutura, considerada frágil, mal comporta a passagem de uma motocicleta e levanta dúvidas sobre sua durabilidade.
Moradores denunciam abandono e escuridão em outros bairros
A falta de infraestrutura não é exclusividade do bairro Jacaré. Em regiões como o bairro Brasília, a iluminação pública também é motivo de revolta. A moradora Djane Conde relata que a Rua Nelson Machado está às escuras e que, mesmo após inúmeras solicitações à Secretaria de Obras, nada foi feito. “As poucas lâmpadas que tem, somos nós que colocamos nas portas. E o pior: pagamos taxa de iluminação sem ter o serviço”, afirmou Djane.
Representatividade parlamentar não tem garantido melhorias
Mesmo contando com três vereadores eleitos oriundos do bairro Jacaré, o local continua enfrentando problemas históricos de infraestrutura. A ausência de obras estruturantes evidencia um desalinhamento entre a representatividade política e a atuação da prefeitura.
Recentemente, uma parlamentar municipal usou a tribuna da Câmara para denunciar a situação crítica de ruas e avenidas em diversos bairros da cidade. A cobrança reflete a insatisfação crescente da população com a falta de planejamento urbano e a má gestão dos recursos públicos.
Problemas já eram previsíveis, dizem moradores
Segundo moradores e analistas locais, a prefeitura teve todo o ano de 2017 para planejar e executar obras preventivas, sobretudo nas áreas sabidamente afetadas pelas chuvas entre janeiro e junho. Para muitos, culpar apenas o período chuvoso é uma tentativa de desviar o foco da responsabilidade administrativa.
“É sabido por todos quando começa o período chuvoso no Maranhão. Se sabiam, por que não fizeram? Onde está o planejamento?”, questiona um morador do bairro.
Ponte de madeira é símbolo do descaso
A pequena ponte de madeira construída como resposta à abertura de uma vala que cortou a rua ao meio é, para os moradores, um símbolo do improviso, da falta de compromisso e da ausência de políticas públicas permanentes para os bairros periféricos de Cururupu.
