• Eduardo Braide continua sendo crucial na disputa pela sucessão estadual

    Enquanto não decide se será ou não candidato,
    Eduardo Braide intensifica inaugurações na sua
    gestão, como esse centro de saúde no Quebra Pote

    Na ausência de uma declaração oficial sobre sua candidatura, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), permanece como o ator principal na corrida pelo Governo do Estado nas eleições de 2026. Ele se mantém atento aos movimentos dos pré-candidatos confirmados: Orleans Brandão (MDB), secretário de Assuntos Municipalistas; Lahesio Bonfim (Novo), ex-prefeito de São Pedro dos Crentes; e Felipe Camarão (PT), o atual vice-governador. O governador Carlos Brandão (sem partido) também está ativo, utilizando sua influência e o prestígio do governo para modelar o cenário eleitoral.

    Analistas políticos acreditam que Braide deverá se pronunciar sobre suas intenções em janeiro, logo após as festividades de fim de ano, com menos de nove meses até a eleição. Se optar por esperar até abril para esclarecer sua posição, poderá perder a janela de oportunidade, mesmo com a força de uma candidatura que já liderou 32 das 35 pesquisas de intenção de voto que foram realizadas.

    Recentemente, seu nome voltou a ser comentado nas discussões sobre a sucessão estadual, especialmente em relação a uma possível nova legislação que alteraria as regras de reeleição para prefeitos. Se essa nova regra for aprovada, permitindo aos atuais prefeitos concorrer à terceira eleição consecutiva em 2028, Braide, que já foi reeleito, poderá permanecer na prefeitura até 2032, o que o colocaria numa posição vantajosa em uma futura corrida ao governo. Entretanto, apesar da possibilidade de o fim da reeleição ocorrer, a implementação dessa nova regra de transição é incerta.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    Caso Eduardo Braide decida lançar sua candidatura ao governo, sua presença no cenário eleitoral mudará consideravelmente as dinâmicas atuais, permitindo-lhe manter sua popularidade nas pesquisas mesmo antes de oficialmente se candidatar. No entanto, Orleans Brandão continua crescendo em popularidade, e se manter este ritmo, tornará-se um forte concorrente. Este embate poderá se configurar entre dois candidatos significativamente fortes, ao passo que Lahesio Bonfim parece ter atingido seu limite e Felipe Camarão ainda não demonstrou o potencial para se tornar um candidato competitivo, apesar de sua ativa participação em programas pelo interior do estado, como os “Diálogos pelo Maranhão”.

    Em novembro, duas pesquisas fizeram previsões diferentes: a do Inop e a da Econométrica mostraram Orleans Brandão cortando a vantagem de Braide. No entanto, o Real Time Big Data logo reafirmou a liderança de Eduardo Braide, que mantém uma diferença de 10 pontos percentuais sobre seus adversários. Nos últimos levantamentos, Lahesio Bonfim ficou na terceira posição, enquanto Felipe Camarão despencou para quarto, com sinais de queda continua.

    A expectativa é que, se nenhum evento inesperado ocorrer, a candidatura de Braide provavelmente resultará em uma eleição em dois turnos entre ele e Orleans Brandão. Caso o prefeito decida permanecer em seu cargo, sua influência na corrida não se dissipará imediatamente, uma vez que poderá apoiar um dos candidatos de oposição. Contudo, as previsões atuais indicam uma luta direta entre Orleans Brandão e Lahesio Bonfim, sendo que o emedebista possui uma chance real de vitória em apenas uma rodada, como aconteceu com seu tio em 2022.

    PSB: Iracema Vale informa sobre falta de comunicação a respeito de mudança de partido

    Sinspumuc
    Sinspumuc
    Iracema Vale: segurança sobre temas sensíveis

    Na última entrevista à TV Mirante, a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, expressou que ela e seu grupo de deputados aliados do governador Carlos Brandão ainda não conseguiram a carta de anuência necessária para deixar o PSB por justa causa. “Estamos aguardando essa carta que nunca chegou, apesar das solicitações já realizadas. Precisamos também dar entrada no TRE para obter a liberação por justa causa”, afirmou a parlamentar, em tom de ressalva.

    Ela também mencionou que, apesar de ser parte do Diretório estadual do PSB, não foi informada oficialmente acerca das mudanças realizadas pela cúpula nacional do partido, incluindo a saída do governador Carlos Brandão e a nomeação da senadora Ana Paula Lobato para a presidência da sigla no Maranhão.

    Iracema manifestou sua insatisfação, dizendo: “É desconcertante ser dirigente de um partido e não ser notificada sobre mudanças significativas em seu próprio estado; isso soa como um convite sutil para buscar novas opções. Portanto, estamos considerando outras alternativas partidárias, com possibilidades em PDT e MDB”.

    Além disso, a presidente se referiu à questão de sua reeleição, que foi decidida a seu favor por uma votação unânime do Supremo Tribunal Federal, que confirmou a legalidade do critério de desempate baseado na maior idade, como estabelecido no Regimento Interno da Assembleia Legislativa. Apesar do clima de incerteza em torno de sua presidência, o trabalho na Casa não foi afetado.

    Iracema também destacou que a Assembleia Legislativa já implementou todos os ajustes normativos necessários em relação à escolha dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e aguarda a decisão do ministro Flávio Dino para dar continuidade ao processo eleitoral.

    Grupos políticos buscam resolver crises através do diálogo

    Márcio Jerry e Marcus Brandão: visões
    diferentes sobre repactuação

    A política maranhense é sempre cheia de surpresas e, em meio a um tenso debate entre aliados do governador Carlos Brandão e o grupo ligado a Flávio Dino, uma palavra se tornou recorrente e inclusive pode ser considerada terapêutica: “repactuar”. O termo, que se refere à reconstituição de acordos anteriores, está sendo promovido pelo deputado federal e líder do PCdoB no estado, Márcio Jerry, e chegou também às falas dos aliados de Brandão, incluindo o empresário Marcus Brandão.

    Recentemente, uma nota do PCdoB estadual ressaltou a importância da repactuação, o que elevou o conceito na conversa política, embora seu uso repetido possa acabar por desgastá-lo.

    Para Márcio Jerry e seus aliados, repactuar significa que Carlos Brandão deve renunciar em abril do próximo ano para buscar uma cadeira no Senado, permitindo que o vice-governador Felipe Camarão assuma o governo e concorra à reeleição, implicando na retirada da candidatura de Orleans Brandão (MDB) ao Palácio dos Leões.

    Por outro lado, para os aliados de Marcus Brandão, repactuar significa que Felipe Camarão deve renunciar para buscar uma vaga na Câmara Federal ou até mesmo no Senado, o que poderia dar espaço para Carlos Brandão também renunciar e entrar na disputa pelo Senado, fazendo com que a candidatura de Orleans Brandão fosse descartada em prol de um candidato de consenso entre as facções.

    A conclusão é clara: a menos que surjam eventos inesperados, o termo repactuar provavelmente não resultará em uma aliança efetiva entre os grupos dinista e brandonista.

    São Luís, 04 de Dezembro de 2025.

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