• Lula afirma que a extrema direita não retornará se ele continuar ativo e critica interferência dos EUA

    Durante um congresso do PSB em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração contundente neste domingo, assegurando que, se depender de sua liderança, a extrema direita não retornará ao poder no Brasil. O evento marcou a oficialização de João Campos, prefeito do Recife, como novo presidente nacional do partido.

    Lula aproveitou a ocasião para criticar a interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos do Brasil e defendeu publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em suas palavras, Lula expressou preocupação com a interferência americana, questionando a razão pela qual os EUA buscam processar Moraes, que atua na prisão de indivíduos que ameaçam a soberania brasileira.

    “Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender um brasileiro que está lá nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Por que ele quer criticar a justiça brasileira? Eu nunca critiquei a justiça deles”, comentou Lula, mencionando o ofício enviado pelo governo estadunidense ao Brasil sobre a atuação do ministro.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    Recentemente, Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, anunciou restrições de visto destinadas a autoridades estrangeiras que participam de atos de censura. Embora não tenha feito menção a nomes específicos, Moraes pode ser um dos impactados por essas novas medidas, conforme Rubio já indicou ao Congresso americano.

    Adentrando ao tema das eleições de 2026, Lula intensificou sua mensagem ao destacar a importância de eleger senadores alinhados ao governo, essencial para assegurar a governabilidade no país e proteger as instituições democráticas. Ele acredita que a eleição para o Senado pode ter mais relevância do que as disputas para governos estaduais.

    Sinspumuc
    Sinspumuc

    “Precisamos eleger senadores da República em 2026. Se esses caras dominarem a maioria, farão um caos no país. Temos que refletir sobre onde e quando é essencial ter candidatos a governador. Ganhar a maioria no Senado é crucial, pois, do contrário, os adversários ameaçarão a Suprema Corte. Não é uma questão de gostar ou não da Suprema Corte, mas da necessidade de resguardar as instituições que sustentam a democracia”, declarou Lula.

    No mesmo discurso, ele voltou a criticar o ex-presidente americano Donald Trump, reforçando a importância de fortalecer instituições multilaterais. Lula destacou que a luta pela soberania dos países deve ser preservada e que não podemos retroceder a uma época de unilateralismo.

    “Trump quer acabar com o multilateralismo e impor o unilateralismo. Precisamos reforçar a OMC e a ONU para defender nosso espaço no mundo. Não queremos mais Guerra Fria; desejamos promover o livre comércio e a autonomia de cada nação. Ninguém deve interferir nos assuntos do Brasil”, afirmou.

    Lula finalizou sua fala com um toque de otimismo, afirmando: “Tenham certeza de que, se eu continuar apaixonado e motivado como estou agora, a extrema direita não voltará a governar o Brasil.”

    Em meio a essas questões, Lula propôs que a “revolução” desse tempo deve ocorrer nas redes sociais, ressaltando que o ativismo contemporâneo não se limita ao uso de armas, mas deve se manifestar digitalmente. “Antigamente, ser revolucionário era usar uma metralhadora. Agora, precisamos fazer uma revolução digital e evitar repassar discursos da extrema direita, reagindo de forma imediata”, enfatizou.

    O congresso foi prestigiado por ministros, parlamentares e o presidente da Câmara, Hugo Motta, e se destacou por discussões em favor da democracia e da união entre os partidos da base governista, visando as eleições municipais deste ano e as gerais de 2026.

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