• Ministro Zanin autoriza quebra de sigilo telefônico de Pacovan em investigação sobre emendas parlamentares.

    A quebra do sigilo pode revelar muito nas investigações da PRF como funcionou o esquema da liberação das emendas de deputados no Maranhão

    O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo telefônico do empresário Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan, assassinado a tiros em junho deste ano no município de Zé Doca, a cerca de 300 km de São Luís.

    A decisão, publicada nesta quinta-feira (16), faz parte das investigações que apuram suspeitas de corrupção passiva e organização criminosa envolvendo parlamentares e gestores públicos. O nome de Pacovan surgiu em depoimentos prestados por réus e testemunhas do processo, o que motivou o ministro a autorizar o acesso aos dados telefônicos mantidos pela Telefônica Brasil S.A. (Vivo).

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    Apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos principais articuladores de um esquema de desvio de recursos provenientes de emendas parlamentares, Pacovan foi citado na denúncia que envolve os deputados federais Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE).

    Segundo o Ministério Público, Pacovan teria atuado a mando de Josimar Maranhãozinho para intermediar o pagamento de propina ao então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio Nunes, em troca da liberação de verbas federais.

    Sinspumuc
    Sinspumuc

    Na decisão, o ministro Zanin determinou a quebra do sigilo do número (98) 9 91-1620, nos períodos de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019 e de 25 de novembro a 3 de dezembro de 2020, estabelecendo prazo improrrogável de cinco dias para que a operadora forneça as informações solicitadas.

    Durante depoimento ao STF, o deputado Josimar Maranhãozinho fez duras críticas a Pacovan, tentando afastar qualquer ligação pessoal ou política com o empresário. Questionado sobre um áudio em que Pacovan supostamente afirmava que o prefeito de São José de Ribamar “só pagava se fosse para ele” e mencionava uma dívida de R$ 1,5 milhão, o parlamentar disse desconhecer o conteúdo da gravação.

    “Pacovan era uma pessoa analfabeta, falava demais e gerava confusões. Se eu pudesse, jamais teria cruzado com ele. Era um tipo insistente, muito chato”, declarou Josimar, buscando desqualificar a credibilidade do agiota.

    As declarações do deputado foram interpretadas como uma tentativa de desvincular seu nome das acusações, já que Pacovan é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como participante de operações financeiras paralelas relacionadas ao suposto esquema de emendas.

    Josimar nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas e reafirma que nunca manteve contato próximo com Pacovan. Com Informações de Página 2

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