• Nelson Teich, novo ministro da Saúde do governo Bolsonaro.

    O novo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich, aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o ministério da saúde, depois de uma reunião que durou cerca de seis horas. O médico saiu do Palácio do Planalto após a conversa com o presidente, ainda em dúvida, mas ligou para o mandatário cerca de 60 minutos depois para informar que havia topado.

    Além de Teich, estiveram na reunião o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), Diogo Leite Sampaio, e José Bonamigo, vice-presidente. A tendência é que a entidade ajude na transição da gestão. Em nota, a AMB informou posteriormente que, ao longo da reunião, foram discutidos “os problemas da saúde no Brasil e os impactos do coronavírus”.

    Para a entidade, Teich é um quadro qualificado, com “perfil altamente técnico, importante para o momento atual”.”Na AMB referendamos o nome de Nelson Teich. É um nome que conta com nosso total apoio e pelo qual temos muita simpatia. Respeitado na classe médica, eminentemente técnico, gestor e altamente preparado para conduzir o ministério da Saúde”, declarou Sampaio.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    Quem é Nelson Luiz Sperle Teich

    O oncologista Nelson Luiz Sperle Teich é um velho conhecido do presidente Bolsonaro. Consultor da campanha do então candidato a presidente, Teich é um oncologista com experiência empresarial para quem a gestão da pandemia não deve excluir o socorro econômico. Apesar disso, ele já defendeu, assim como o antecessor Henrique Mandetta, que ninguém saia de casa durante a quarentena.

    Teich é carioca, viveu a maior parte da vida na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Foi na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) que se formou em medicina em 1980. Também na capital fluminense, Teich cursou suas duas especializações em oncologia: de 1985 a 1987, no Hospital de Ipanema, e entre 1987 e 1990 no Instituto Nacional do Câncer, onde fez residência médica.

    Desde então, seu foco acadêmico foi unir medicina à gestão de saúde — foi estudante PhD em Health Sciences e Health Economics na Universidade York, no Reino Unido.

    No mundo empresarial, ajudou a fundar o grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), que presidiu até 2018, e foi sócio de Denizar Vianna — secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos- – no MDI Instituto de Educação e Pesquisa. Ele também foi o diretor-executivo da MedInsight – Decisions in Health Care e faz parte do corpo editorial da publicação especializada American Journal of Medical Quality.

    Teich chegou a prestar consultoria em gestão de saúde de 2010 a 2011 para o Hospital Israelita Albert Einstein, que viria a cuidar do presidente após a facada que recebeu durante a campanha.

    Covid-19 e economia

    O aumento da crise ministerial, no entanto, aproximou o discurso de Teich ao de Bolsonaro. Segundo a CNN, ele foi questionado na semana passada sobre a relação conflituosa entre o presidente e Mandetta. O médico fez uma longa introdução antes de defender a ideia de Bolsonaro de que a economia brasileira deve fazer parte das preocupações governamentais durante o combate aos efeitos da pandemia.

    “A saúde e a economia não são antagônicas. Foi criada uma situação como se você investisse na saúde não estivesse focando na economia e vice-versa, quando na verdade os dois são equivalentes. E a gente nem está lidando com a parte social, que é fundamental. Então na prática você tem que ver todo dia o que corre na saúde, na economia e no social”, afirmou.

    Antes disso, disse que faltava liderança na condução da crise. “Acho que tem duas coisas que são muito ruins. Primeiro, é você não ter uma liderança, eu digo no país, que você perceba uma tranquilidade, que você perceba um equilíbrio. E aí não estou falando especificamente do Mandetta ou do presidente. Estou falando da situação.”

    Em um artigo intitulado “COVID-19: Histeria ou Sabedoria?”, de 24 de março, o oncologista escreveu que um gestor de saúde só poderia atuar bem durante a pandemia se munido de informação farta. “A informação que chega a cada dia precisa ser complexa, detalhada e em tempo real. É necessário rever diariamente a realidade, os cenários, as projeções e as ações. Projeções e posições radicais e emocionais só levam a mais confusão e problema.”.

     

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