População apoia ato contra atraso de salários; economia local já sente os impactos

Na manhã desta terça-feira (30), servidores públicos municipais de Cururupu foram às ruas em protesto contra o atraso no pagamento de salários, incluindo o 13º salário. A mobilização ganhou apoio da população e percorreu diversas ruas da cidade, denunciando o descaso da gestão da prefeita Rosinha (PCdoB) com os trabalhadores do serviço público.
De acordo com os organizadores, centenas de servidores participaram do protesto. Com cartazes, palavras de ordem e forte presença nas redes sociais, os manifestantes cobraram respeito aos direitos trabalhistas e transparência na administração dos recursos públicos.

“Não estamos recebendo em dia e isso nos preocupa muito. Nós, trabalhadores da educação, dependemos do salário para pagar contas que já acumularam juros e taxas”, desabafou um dos servidores presentes.
Crise recorrente e falta de explicações
Segundo os manifestantes, o salário de novembro só foi pago no dia 28 de dezembro, e o pagamento de dezembro segue em atraso até hoje, mesmo já ultrapassado o prazo legal — o quinto dia útil de janeiro. Além do atraso, o que mais revolta os servidores é a ausência de qualquer posicionamento oficial da Prefeitura de Cururupu sobre uma previsão concreta para a regularização dos pagamentos.
Essa não é a primeira vez que os servidores enfrentam atrasos. O problema vem se arrastando há meses, comprometendo não apenas o sustento das famílias, mas também a economia local, altamente dependente dos rendimentos do funcionalismo.
“Mais de 80% da economia de Cururupu depende do poder de compra dos servidores públicos. Quando eles não recebem, o comércio praticamente para”, explica um comerciante da cidade.
Recursos existem, mas salários seguem em atraso
O argumento de falta de recursos não convence os trabalhadores. Segundo dados do Demonstrativo de Distribuição da Arrecadação do Banco do Brasil, entre 1º de dezembro de 2017 e 1º de janeiro de 2018, o município recebeu R$ 29.586.045,00 em repasses federais, sem contar as receitas próprias. Somente em janeiro, os repasses já ultrapassaram R$ 3,1 milhões.
Apesar disso, a prefeitura ainda não conseguiu (ou não priorizou) o pagamento em dia dos servidores. A omissão pode resultar em Ações Civis Públicas, inclusive com bloqueio de verbas por parte do Judiciário, caso as obrigações trabalhistas continuem sendo desrespeitadas.
Um direito, não um favor
Vale lembrar que salário não é favor, é direito. E o seu pagamento dentro do prazo legal não depende da boa vontade do gestor, mas do cumprimento da lei. A situação caótica do município, agravada pela estagnação econômica, precisa de respostas urgentes da administração municipal.
Enquanto isso, os servidores seguem mobilizados e a população atenta, cobrando responsabilidade e respeito por parte da gestão municipal.





