• COP30 é inaugurada em Belém com a presença do Governador Carlos Brandão e lançamento do programa Agentes Ambientais Comunitários

    Na última segunda-feira (10), foi oficialmente aberta a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) em Belém. O governador Carlos Brandão esteve presente na cerimônia de abertura, que ocorreu na Zona Azul, juntamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Conferência, André Corrêa do Lago, e diversas delegações internacionais.

    O evento inaugural mobilizou representantes políticos, pesquisadores, líderes sociais e jovens de comunidades tradicionais da Amazônia. Até o dia 21 deste mês, a COP30 reunirá chefes de Estado, organizações internacionais e membros da sociedade civil para discutir soluções diante das mudanças climáticas globais.

    Durante seu discurso de abertura, o presidente Lula enfatizou que realizar a conferência na Amazônia é uma verdadeira “proeza”, considerando as dificuldades enfrentadas pelo estado do Pará. “Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto acabar com a poluição do planeta Terra. Seria mais fácil organizar a COP em uma cidade sem problemas, mas decidimos realizar a COP em um estado da Amazônia para mostrar que, quando temos disposição e compromisso, nada é impossível; o impossível é não ter coragem para enfrentar desafios”, afirmou Lula.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    O governador Brandão reforçou, por meio de suas redes sociais, o compromisso do presidente Lula com a preservação do meio ambiente. “O Maranhão está aqui, trazendo suas contribuições em defesa do planeta. Nos próximos dias, continuaremos debatendo ações contra a crise climática e pela construção de um futuro mais sustentável e equilibrado”, declarou.

    Brandão também ressaltou a importância da COP30 ocorrer pela primeira vez na Floresta Amazônica. “Durante a COP30, teremos amplos debates sobre a importância da preservação ambiental. Precisamos defender a Amazônia e garantir o desenvolvimento sustentável. Os produtores precisam compreender que é possível produzir e preservar áreas de preservação permanente, reservas florestais e matas ciliares”, enfatizou.

    O presidente da COP-30, André Corrêa do Lago, destacou que a conferência deve focar na apresentação de soluções. “Este evento será um marco para ouvir e acreditar na ciência, especialmente sobre os efeitos sociais e econômicos das mudanças climáticas. Após anos de negociações, é hora de concentrar esforços na implementação de acordos multilateralmente estabelecidos sobre o clima”, completou.

    Programa Agentes Ambientais Comunitários

    Como parte da programação do Governo do Maranhão, no primeiro dia da COP-30, a gestão estadual, por meio da Sema, apresentou o programa Agentes Ambientais Comunitários: justiça climática e saberes tradicionais na Green Zone. O painel teve a presença de representantes das secretarias de Igualdade Racial, Direitos Humanos e Participação Popular, além de organizações internacionais que demonstraram interesse na iniciativa.

    Esse programa beneficiará comunidades tradicionais e povos originários do estado do Maranhão, prevendo a concessão de 5 mil bolsas mensais de R$ 300,00 (trezentos reais) cada. Além disso, membros das comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica serão capacitados, sendo reconhecidos como provedores de serviços e valorizando seus saberes e práticas de manejo.

    O projeto contará com parcerias com universidades, ONGs, organismos internacionais e o setor privado para apoio em capacitação, monitoramento e doação de insumos, visando fortalecer práticas sustentáveis, reduzir o desmatamento e queimadas, restaurar áreas degradadas e promover a educação ambiental.

    Sinspumuc
    Sinspumuc

    O governador Brandão comentou sobre a falta de investimentos de países desenvolvidos para a preservação ambiental. “Os países industrializados exigem muito dos países amazônicos, mas pouco ajudam financeiramente. Aqui no Maranhão, estamos mostrando que mesmo com poucos recursos, é possível implementar ações efetivas, como o programa Agentes Ambientais Comunitários, que visa incentivar quilombolas, indígenas e ribeirinhos a proteger nossas florestas”, explicou o governador.

    De acordo com Pedro Chagas, titular da Sema, o programa Agentes Ambientais Comunitários tem como meta valorizar os guardiões da floresta e fortalecer práticas sustentáveis. “Vamos selecionar as áreas que estão sob pressão ambiental ou que possuam relevância ambiental; as 460 primeiras vagas do edital inicial serão para comunidades quilombolas”, adiantou Chagas.

    Mais programas

    Durante o encontro, o Maranhão está apresentando uma série de projetos ambientais e sociais com foco no combate aos impactos ambientais, incentivo à bioeconomia e recuperação de áreas degradadas. Uma agenda robusta, com um conjunto de ações já desenvolvidas no estado e outras em fase de implantação, continua com foco na preservação ambiental.

    O governador Carlos Brandão participará de debates e negociações sobre questões importantes, como clima, floresta, regularização fundiária, povos tradicionais, sustentabilidade e desenvolvimento regional, reafirmando o compromisso do Maranhão com a proteção do meio ambiente e a bioeconomia.

    “O programa Paz no Campo foi premiado pelo Conselho Nacional de Justiça como o melhor programa de regularização fundiária rural. O Terra para Elas também recebeu um prêmio da ONU. Além disso, temos iniciativas como o Floresta Viva, um programa para recuperação de áreas degradadas. Portanto, estamos apresentando iniciativas reconhecidas, que têm gerado resultados significativos no Maranhão e que podem ser replicadas”, assinalou Brandão.

    Prospecção de novos investimentos

    O Governo do Maranhão aproveitará sua participação na COP30 para prospectar novos investimentos internacionais que fortaleçam as iniciativas voltadas para a preservação ambiental.

    “Neste ano, participamos da Semana Climática em Londres e assinamos um contrato de 100 milhões de dólares para fortalecer os programas que já executamos na área ambiental. Durante a COP30, vamos formalizar um contrato com o BNDES de R$ 53 milhões para regularização fundiária. Estes contratos demonstram que o Brasil e o mundo reconhecem e apoiam nossos projetos ambientais”, concluiu Brandão.

    A comitiva maranhense é composta pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) e a Agência de Desenvolvimento Investe Maranhão.

    Debate em andamento

    A COP30 seguirá até 21 de novembro, reunindo representantes de mais de 190 países. Este ano, o evento em Belém ocorre em um contexto de pressão internacional por metas mais ambiciosas de redução de emissões e por financiamento climático para os países em desenvolvimento — tópicos que devem dominar as negociações nas próximas semanas.

    A COP30 dará continuidade ao Acordo de Paris, assinado na COP21, e às discussões das conferências anteriores. As metas de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e os compromissos de financiamento climático serão tópicos centrais para acompanhar o progresso desde a COP29 e acelerar as ações futuras.

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