• Jadeco pretende gastar mais de 3 milhões para finalizar obras inacabadas em Apicum-Açu

    Jadeco corre contra o tempo: obras inacabadas em Apicum-Açu expõem falhas de ex-prefeitos e levantam suspeitas, investimento necessário ou manobra política?
    

    Apicum-Açu (MA) – Com pouco mais de 8 meses de gestão do prefeito Jadeco, a Prefeitura de Apicum-Açu, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, anunciou um investimento que ultrapassa R$ 3 milhões (três milhões de reais) para concluir três escolas que há anos deveriam estar atendendo os estudantes do município.

    Embora a retomada seja necessária, a decisão do prefeito Jadeco (PL) levanta uma série de questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos, a herança de administrações anteriores e até mesmo sobre suas reais intenções em meio à fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA).

    A empresa Ferreira Junior Engenharia LTDA, de São Luís, venceu a licitação e será responsável por finalizar as obras das seguintes unidades:

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU
    • U. I. Antônio Barbosa – R$ 1.091.099,67

    • U. I. Tibúrcio Pereira – R$ 832.554,39

    • U. E. Nossa Senhora do Rosário – R$ 1.121.150,26

    O valor global chega a R$ 3.044.804,32.

    O dinheiro que hoje será usado para “apagar os erros do passado” poderia estar sendo aplicado em outras prioridades, caso as escolas já tivessem sido concluídas. Entre as possibilidades:

    • Ampliar o número de vagas e reduzir a superlotação em salas de aula;

    • Investir em laboratórios de informática, bibliotecas e climatização;

    • Melhorar o transporte escolar, essencial para alunos da zona rural;

    • Oferecer mais capacitação para professores e servidores;

    • Garantir reformas estruturais em prédios já existentes.

    Em vez disso, a comunidade paga duas vezes: primeiro, pelo dinheiro gasto em obras que ficaram pelo caminho; agora, por mais de R$ 3 milhões para que, finalmente, sejam concluídas.

    A população de Apicum-Açu ainda não tem respostas para dúvidas cruciais:

    • Por que o prefeito da época não concluiu as obras?

      Sinspumuc
      Sinspumuc
    • Houve falhas de planejamento, execução ou fiscalização?

    • Quem deve ser responsabilizado pelo abandono de projetos tão importantes?

    • Quanto já foi investido antes dos atuais contratos?

    Essas questões precisam ser respondidas, não apenas para esclarecer o passado, mas para evitar que o mesmo erro se repita.

    A retomada dessas obras ocorre justamente quando o TCE-MA intensifica a fiscalização sobre obras inacabadas da educação em municípios como Apicum-Açu. O timing gera desconfiança: estaria Jadeco apenas cumprindo sua obrigação ou tentando mostrar serviço às pressas para não ser cobrado pelos auditores?

    Mais que isso: ao finalizar escolas abandonadas por gestões passadas, o atual prefeito não estaria também ajudando a blindar o ex-prefeito responsável de críticas e responsabilizações?

    Para os estudantes e famílias de Apicum-Açu, o que importa é que as escolas saiam do papel, ou seja, que as escolas sejam entregues. Mas para a sociedade e os órgãos de controle, fica a cobrança: quanto já foi gasto antes? Quem será responsabilizado pelo atraso e pelo desperdício?

    O valor de mais de R$ 3 milhões não é apenas um número em um contrato; é o retrato de um ciclo de desperdício que precisa ser quebrado, pergunto. Cadê a Câmara de Vereadores e os conselhos municipais que não fiscalizaram e as denuncias não chegaram ao Ministério Público?

    A comunidade de Apicum-Açu clama por transparência, fiscalização e por uma gestão que não apenas conclua obras, mas que faça valer cada centavo do dinheiro público em favor da educação.

    O problema é que esse dinheiro não representa investimento em algo novo, mas sim em projetos abandonados por gestões anteriores. Obras que poderiam estar servindo à comunidade há anos vão consumir agora mais de R$ 3 milhões dos cofres públicos.

    Afinal, os R$ 3 milhões de hoje poderiam estar garantindo avanços inéditos na educação municipal. Em vez disso, servem como remendo caro de promessas antigas não cumpridas, um retrato do ciclo de má gestão que se repete e mina a confiança da população

    Concluir obras escolares é obrigação de qualquer gestão pública, mas evitar desperdício, prestar contas e romper o ciclo de abandono é o verdadeiro legado que Apicum-Açu espera. Se Jadeco entregar as escolas, será celebrado como herói. Se falhar ou se entender que “resgatar a vergonha” é sinônimo de “apagar as digitais”, enfrentará não apenas os tribunais de contas, mas o julgamento da própria sociedade.

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