BRASÍLIA (DF) — A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira novas diretrizes para garantir que gestantes saudáveis tenham uma experiência de parto mais positiva, segura e com menos intervenções médicas desnecessárias. As recomendações, segundo a ONU News, buscam devolver à mulher o protagonismo durante o parto natural.
Menos intervenções, mais autonomia
O principal foco das novas orientações é reduzir práticas que se tornaram comuns, mas que não são necessárias em gestações de baixo risco, como o uso indiscriminado de ocitocina e fluídos intravenosos para estimular as contrações.
“Se o parto está progredindo normalmente, com mãe e bebê em boas condições, não é necessária nenhuma intervenção para acelerar o processo”, afirma a Dra. Princess Nothemba Simelela, representante da OMS.
ULTRAGAZ CURURUPU
A checagem da dilatação deve ocorrer a cada quatro horas na primeira fase do trabalho de parto, evitando exames invasivos desnecessários.
Técnicas de alívio da dor
A OMS também recomenda práticas não farmacológicas para alívio da dor, como:
Relaxamento muscular;
Música ambiente;
Técnicas de respiração;
Sinspumuc
Massagem;
Bolsas de água quente.
A anestesia peridural ou opioides devem ser oferecidos apenas se solicitados pela mulher.
Além disso, a mulher deve ser incentivada a caminhar, receber líquidos e alimentos, desde que não haja complicações.
Contato pele a pele e cuidados com o recém-nascido
Logo após o parto, a OMS destaca a importância do contato pele a pele entre mãe e bebê, ainda na primeira hora de vida, para prevenir hipotermia e estimular o aleitamento materno.
O primeiro banho do bebê deve ocorrer somente 24 horas depois do nascimento. Caso isso não seja possível por razões culturais, a recomendação é aguardar pelo menos seis horas.
Além disso, os recém-nascidos devem usar apenas uma ou duas camadas de roupa a mais do que os adultos, junto com um gorro. Mãe e bebê devem permanecer juntos 24 horas por dia no hospital.
Segundo a OMS, cerca de 140 milhões de partos acontecem anualmente, a maioria sem complicações. Ainda assim, nos últimos 20 anos, aumentou o uso de intervenções médicas que deveriam ser restritas a situações de risco, como as cesarianas desnecessárias.
“O excesso de medicação está minando a capacidade natural da mulher de dar à luz, prejudicando sua experiência”, alerta a Dra. Simelela.
Essas recomendações reforçam o direito da mulher a um parto respeitoso, informado e livre de intervenções desnecessárias.