Bita do Barão era conhecido internacionalmente e manteve uma legião de seguidores, consolidando-se como ícone da cultura afro-brasileira.

Wilson Nonato de Sousa, conhecido como Pai de Santo Bita do Barão, faleceu na tarde desta quinta-feira (18) na UTI de um hospital particular em Teresina, no Piauí. Segundo boletim médico, a morte ocorreu às 12h40. Ele estava internado há 10 dias devido a uma infecção pulmonar, que evoluiu para complicações renais e pressão alta.
Bita do Barão havia sido transferido para um apartamento dentro do hospital, aguardando liberação para ser transportado em UTI móvel para sua residência em Codó (MA), mas faleceu antes da transferência.

Velório e traslado
O corpo foi liberado pouco depois das 14h e deve chegar a Codó por volta das 19h. O velório ocorrerá na Tenda Espírita Rainha Iemanjá, localizada na Rua Rui Barbosa, bairro Santa Filomena.
Legado espiritual e cultural
Nascido em 10 de julho de 1932, no povoado Santo Antônio dos Pretos, zona rural de Codó, Bita do Barão foi um dos líderes umbandistas mais conhecidos do Maranhão e do Brasil. Em 24 de janeiro de 1954, fundou a Tenda Espírita Rainha Iemanjá, que se tornou referência nacional, atraindo visitantes brasileiros e estrangeiros.
O terreiro realiza rituais de Umbanda e Terecô, incorporando entidades de linha branca e negra, incluindo Exu. O apelido “Bita” se refere a sua infância agitada, enquanto “Barão” faz alusão ao Barão de Guaré, entidade que o pai de santo incorporava.
Repercussão
O falecimento de Bita do Barão gerou comoção em todo o Maranhão. Entidades religiosas, órgãos governamentais e políticos emitiram notas de pesar:
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A Federação de Umbanda e Culto Afro-Brasileiro do Maranhão (FUCABMA) destacou sua trajetória espiritual e o legado deixado.
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A Secretaria de Estado da Igualdade Racial (SEIR) lamentou a morte e manifestou solidariedade à comunidade umbandista e à família.
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O vereador e pai de santo Astro de Ogum ressaltou que a Umbanda perde um de seus maiores filhos.
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A Casa das Minas destacou a saudade e o legado deixado pelo líder religioso.
Bita do Barão era conhecido internacionalmente e manteve uma legião de seguidores, consolidando-se como ícone da cultura afro-brasileira.






