• Sindicato responde à prefeitura de Cururupu e contesta esclarecimentos sobre atrasos salariais

    Conflito entre SINSPUMUC e gestão municipal se intensifica após nota da prefeitura; sindicato rebate ponto a ponto e cobra responsabilidade

    SINSPUMUC 2021CURURUPU (MA) – O impasse entre o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cururupu (SINSPUMUC) e a Prefeitura de Cururupu ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (16), com a divulgação de uma nova nota de esclarecimento por parte do sindicato. A publicação responde diretamente à nota oficial emitida pela gestão municipal, que tentou justificar os atrasos no pagamento dos servidores.

    A prefeitura havia apresentado seis pontos principais para explicar a situação da folha salarial, incluindo alegações de dificuldades financeiras e aumento de despesas. O sindicato, por sua vez, contestou cada argumento apresentado, reiterando que a responsabilidade de prestar contas sobre o uso dos recursos públicos é exclusivamente da administração municipal.

    “Não é competência do sindicato gerir os recursos da prefeitura. Cabe à gestão explicar por que os salários não estão sendo pagos dentro da legalidade”, afirma o texto.

    ULTRAGAZ CURURUPU
    ULTRAGAZ CURURUPU

    Contratações e aumento na folha estão no centro da polêmica

    Segundo o SINSPUMUC, um dos fatores que contribuem para os atrasos seria o aumento na folha de pagamento, provocado por contratações em cargos comissionados e de livre nomeação, muitas delas questionadas pela entidade por não seguir critérios técnicos.

    O sindicato também reforça que, mesmo representando apenas os filiados, todos os servidores – sejam sindicalizados ou não – têm direito à informação sobre o motivo da inadimplência da prefeitura com seus salários, uma vez que se trata de recursos públicos e de um direito constitucional dos trabalhadores.

    Reunião mencionada pela prefeitura não foi comunicada oficialmente

    Outro ponto polêmico citado na nota é a suposta reunião marcada para o dia 23 deste mês, mencionada pela gestão como tentativa de diálogo com o sindicato. O SINSPUMUC afirma que não foi oficialmente convidado para esse encontro, e classificou a informação como uma tentativa de “jogar os servidores contra a entidade representativa”.

    “Essa estratégia visa apenas descredibilizar o sindicato e desviar o foco do real problema, que é o descumprimento da obrigação de pagar os salários em dia”, disse a direção do sindicato.

    Conflito segue sem solução e servidores continuam prejudicados

    A falta de entendimento entre a gestão municipal e o sindicato representa um cenário preocupante para os servidores públicos de Cururupu, que seguem sem previsão clara de regularização dos pagamentos. O sindicato reitera que continuará acompanhando o caso, denunciando irregularidades e cobrando da prefeitura o cumprimento dos deveres legais com os trabalhadores do município.

    ÍNTEGRA DA NOTA DO SINDICATO EM RESPOSTA À NOTA DO MUNICÍPIO

    “RESPOSTA  À  NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURURUPU SOBRE A NOTA DE REPÚDIO DO SINSPUMUC

    Conforme prevê claramente, o “direito de resposta”  na  Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5°,  inciso V,  o   Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cururupu Maranhão, vem a público elucidar os pontos publicitados na NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURURUPU, veiculada no último dia 14 de Janeiro de 2019.

    Primeiramente, faz necessário lembrar à “Administração Reconstruindo com o Povo,” que o  SINSPUMUC, entidade representativa de  classe séria e   legitimada,  nunca e jamais se  desestruturará com  tentativas exacerbadas e  irresponsáveis da Gestão Municipal, a qual tenta  a todo custo causar mal estar entre sócios e diretoria, utilizando de  informações deformadas e inverídicas.

    “ESTRANHEZA”, não seria  a nota de repúdio do SINSPUMUC, porque é praxe de  toda e qualquer entidade sindical,  lutar pela garantia dos direitos de seus associados. “ESTRANHEZA”, são as inverdades desta municipalidade, que por intermédio de sua Assessoria de Comunicação, fez circular maciçamente uma nota que demonstra nitidamente a ingerência administrativa  da gestão  e a  real falta de comprometimento com as servidores.

    Outrossim, vale lembrar,  que a situação vergonhosa de atrasos salariais,  ocorrem desde o início  desta administração que caminha para o penúltimo ano e que sempre  justifica- se  por erros das gestões anteriores. Enquanto tentam desesperadamente, eximir- se de sua culpabilidade, continuemos com   grande parte dos nossos professores e o pessoal de apoio dos 40%, sem perspectivas para receberem seus proventos.

    Não há compreensão  desta diretoria e demais  associados, considerando que a Gestão Municipal,  quando confrontada diante da realidade do denominado limite prudencial com os gastos com servidores, demonstra- se contraditória.  Acontece, todavia, que em flagrante desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (que trata do limite prudencial), continua o Município a contratar comissionados, conforme demonstra qualquer consulta feita nas nomeações que constam no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE), bem como em simples verificação in loco junto aos diversos setores da Prefeitura, SEMED e Unidades Escolares.  Sobre tanto, certo que o SINSPUMUC já protocolou REPRESENTAÇÃO própria tratando do tema junto ao Ministério Público do Maranhão, em caso especial, do Ano Letivo 2017, onde houve aumento de 1 (Um) milhão de reais sobre a folha de pagamento da Educação.

    Sinspumuc
    Sinspumuc

    Sobre o Plano de Cargos e Salários- Lei 376/2015, causa espanto a Prefeitura se valer de sua existência para capitalizar politicamente junto aos servidores, pois como é de conhecimento geral, o referido Plano somente foi editado após árdua, demorada e gloriosa luta do próprio sindicato                        ( SINSPUMUC), cujo resultado remonta ao ano de 2015, ou seja, muito tempo antes do início da atual gestão municipal, a qual hoje, parece se preocupar em restringir e ou reprimir os direitos do funcionalismo.

    Para o conhecimento da população Cururupuense e funcionalismo municipal, hoje, a luta desta entidade, tem sido, a de contemplar  não somente os direitos dos  docentes, mas de todos os demais servidores do município. No intuito de aclarar  a situação causada por tais colocações da gestão,   o SINSPUMUC, em resposta à nota de esclarecimento da Prefeitura Municipal de Cururupu, a  saber:

    Em Nota de Esclarecimento, a  Prefeitura Municipal de Cururupu, afirma  que no próximo dia 23 de Janeiro, acontecerá  uma reunião com o sindicato. Para surpresa desta entidade, tomamos ciência deste encontro mediante tal nota. Pois até a presente data, o sindicato, nunca fora notificado oficialmente para tal reunião, tampouco, tem conhecimento da respectiva pauta, bem como  local e horário.

    É leviana a NOTA ESCLARECIMENTO desta Gestão, quando afirma que é inverídica a informação que até a presente data, a prefeitura não teria dado justificativas quanto aos atrasos salariais e que haviam comunicado formalmente o sindicato. Contrariando tal ponto, informamos que na ocasião anterior, o SINDICATO, reivindicava o atraso salarial  referente ao mês de novembro. Entendemos,  naquele momento  que o diálogo  é mais do que necessário, sendo  essencial na tentativa de sensibilizar a Prefeitura de que o servidor não pode e não irá mais suportar de forma silenciosa todas as restrições que lhe vêm sendo imputadas nesses últimos tempos.

    Quanto  ao fato da NOTA afirmar que é papel do sindicato comunicar seus filiados sobre  informações a respeito do pagamento dos servidores e que o sindicato não é CORRETO com seus filiados,  afirmamos que o Sindicato, enquanto entidade representativa de classe, NÃO  administra os recursos FNDE/FUNDEB, transferidos ao Fundo de Educação Municipal. Na fracassada tentativa de inversão de valores e ou responsabilidades, é  papel sim da Gestão Municipal, efetivar o pagamento do funcionalismo,  o qual deveria constar em  Calendário de Pagamento, item importante do PLANO DE GOVERNO da Administração “RECONSTRUINDO COM O POVO”,  tão amplamente divulgado em campanha eleitoral.

    A transparência e tratamento dígno   dado ao municipalismo, é de obrigatoriedade da Prefeitura. Nem todos os servidores do município são filiados, porém,  todos sem exceção, precisam de esclarecimentos quando seus proventos atrasam por irresponsabilidade e falta de planejamento. Afinal, estamos tratando aqui, de dívida de caráter alimentar.

    A respectiva NOTA DE ESCLARECIMENTO, transfere a culpa da problemática do atraso salarial ao Quadro Efetivo de Professores do Município. Ao contrário desta infundada alegação, o Quadro de Pessoal Efetivo NÃO é e NUNCA  foi o  problema gritante,  como alardeia esforçadamente a administração municipal.  Adverso a tal ponto da nota, a qual  carece de bom senso e   retificação  por parte da equivocada assessoria de comunicação da administração, é oportuno e  válido lembrar que a Gestão Municipal desde que assumiu o município, tem realizado Processos Seletivos  para fins de contratação, alegando  insuficiência de Pessoal Efetivo e  conforme necessidades apontadas em mapeamentos das Unidades Escolares e demais órgãos da administração.

    Como o quadro efetivo da educação, poderia ser o gargalo que consome  grande parte da recursos do município, se a prefeita,  ainda assim continua realizando inúmeras contratações de servidores comissionados, em especial  através da Secretaria de Educação?

    “INCORRETO”  é pagar dobras de Carga Horária para Professores com valores inconstitucionais e   direcionar  ilegalmente, contratados  em escravas jornadas de trabalho, como é o caso de monitores do Transporte escolar e Auxiliares de Serviços Gerais que perfazem jornadas excessivas e polivalência em funções.  Nesse ponto, importa dizer à “Administração Reconstruindo com o Povo”  que a legislação também impõe, em caso de despesa excedida com pessoal, que o Município deveria inicialmente reduzir em 20% os gastos com cargos em comissão e funções de confiança.

    Sobre o argumento construído a respeito da TRANFERÊNCIA DE PROFESSORES para a Sede do Município, o SINSPUMUC manifesta- se contrário ao pensamento da Gestão Municipal, uma vez que os  professores da Zona Litorânea e Rural foram relotados devidamente como forma de suprir necessidades na própria Sede. É preferível realizar remoções  necessárias à contratações avulsas. A  NOTA, alega  que as transferências  foram  indevidas e por conta disso, prioriza- se a contratação. Tal pensamento é inconsistente, entendendo que se os referidos professores não tivessem  sido transferidos, a própria gestão estaria hoje, contratando  outros profissionais para suprir reais necessidade.

    Fator preocupante, indevido e inadmissível são as faltas de vagas para matrículas na rede municipal de ensino, conforme constatada no Mutirão Matrícula Itinerante 2019, realizado recentemente pela Secretaria de Educação. Que fique claro, que um dos princípios para se efetivar a transferência de servidores, seria a  disponibilidade de necessidades e os trâmites documentais do processo de transferência. O município NÃO é monopólio de quaisquer que sejam as gestões que passam pela administração, vivemos num estado democrático de direito e os atos de assédio moral  e outros que configurem perseguição política a qualquer servidor, sócio ou não, estão devidamente regulamentado em lei.

    Isso posto, respondendo a NOTA DE ESCLARECIMENTOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURURUPU, o SINSPUMUC   ratifica seu repúdio ao modo como a questão dos atrasos salariais dos servidores vem ocorrendo no município.

    Á chefe do Executivo Municipal, a Senhora ROSÁRIA DE FÁTIMA CHAVES,   solicitamos providências imediatas quanto a resolutividade da problemática supracitada e reafirmamos que a atuação deste SINDICATO- entidade representativa de classe, pauta- se especialmente na luta pelos direitos de seus sócios, tendo  garantia de assento em toda e qualquer discussão que envolva assuntos relacionados aos servidores, bem como respeito à instituição sindical e por consequência a essa Presidência.

    Luilton Costa Lima

    Presidente”.

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