A Câmara dos Deputados fez história nesta terça-feira ao aprovar, por uma margem de 370 a 110 votos, o PL Antifacção, que institui uma legislação específica para crimes perpetrados por facções, milícias e grupos paramilitares. Esta proposta reorganiza dispositivos já existentes em diversas leis e sugere alterações significativas no sistema penal, incluindo penas mais severas, progressão mais rigorosa e novas diretrizes para o confisco de bens, além do julgamento de homicídios associados ao crime organizado. Entre os 18 deputados da bancada maranhense, apenas Rubens Jr. (PT) e Márcio Jerry (PCdoB) se opuseram ao projeto. O deputado Fábio Macedo (Podemos) não compareceu e os outros votaram a favor.
A aprovação dessa legislação enfrentou a rejeição do PT, que defendeu o texto original da proposta, que foi rejeitada pela Câmara. Todos os 65 membros do PT presentes na votação optaram pelo voto não. A dificuldade do governo também foi visível em partidos considerados mais à esquerda: o PSB, por exemplo, ficou dividido, com 8 votos contrários e 7 a favor. No PDT, a votação teve 16 favoráveis ao projeto de Guilherme Derrite e apenas um voto contra, o que contrariou a orientação do governo.
Os partidos do Centrão, que incluem alguns ministros no governo Lula, como PSD e MDB, manifestaram forte apoio ao projeto. No MDB, foram 37 votos a favor do PL Antifacção e somente um contra. O PSD se mostrou unânime no respaldo ao texto relatado pelo deputado Guilherme Derrite, com 42 votos favoráveis. Outros partidos do grupo, como PP (com 47 votos a favor e um contra) e Republicanos (39 favoráveis e 1 contra), assim como União Brasil (54 apoios e apenas um voto contrário), também se alinhaste favoravelmente.
