Morreu na manhã deste sábado (31/12), em Roma, Joseph Aloisius Ratzinger, o papa emérito Bento XVI, aos 95 anos.
O religioso estava com a saúde frágil e o papa Francisco chegou a pedir orações para ele, nesta semana. Bento XVi foi papa entre 2005 e 2013, quando renunciou ao cargo.
Primeiro Papa da história a renunciar por falta de “ânimo” para governar, Bento XVI morreu neste sábado (31), aos 95 anos, anunciou o Vaticano.
“É com pesar que informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 no Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível”, escreveu o perfil de notícias do Vaticano no Twitter.
A saúde de Joseph Ratzinger vinha se debilitando nos últimos anos. O Vaticano havia dito em um comunicado que ele sofreu uma “piora” repentina de sua saúde e que sua condição estava “sob controle”, com atenção médica constante. Desde a renúncia, em 10 de fevereiro de 2013, o teólogo alemão vivia em um pequeno mosteiro no Vaticano.
Embora o gesto mais marcante de seu pontificado tenha sido a própria renúncia, os quase oito anos no comando da Igreja Católica também foram marcados por textos teológicos de fôlego, uma linha conservadora nas questões morais, e escândalos de disputas políticas e vazamentos de documentos do Vaticano – os chamados Vatileaks.
Biografia
Nascido em 1927, em uma família com condições econômicas modestas, Ratzinger viveu a infância e adolescência em Traunstein, uma pequena cidade perto da fronteira com a Áustria. O pai dele era comissário de polícia e mãe, filha de artesãos. “A fé e a educação da sua família preparou-o para a dura experiência dos problemas relacionados com o regime nazista: ele recordou ter visto o seu pároco açoitado pelos nazistas antes da celebração da Santa Missa e de ter conhecido o clima de grande hostilidade em relação à Igreja católica na Alemanha”, diz o site do Vaticano.
Joseph Ratzinger foi professor de Teologia durante 25 anos na Alemanha, antes de ser nomeado arcebispo de Munique. Em seguida, virou o guardião do dogma da Igreja Católica durante outros 25 anos em Roma. Ele foi eleito líder da instituição em abril de 2005, como sucessor do polonês João Paulo II. Além disso, ele foi nomeado Cardeal em 1977.
A carreira como teólogo e professor de dogmática e de história dos dogmas na Universidade de Ratisbona o levou a escrever alguns ensaios. Entre as publicações, estão: Introdução ao cristianismo (1968), que é uma coletânea de lições universitárias sobre a “profissão de fé apostólica” e Dogma e Revelação, que reúne os ensaios, as meditações e as homilias dedicadas à pastoral em 1973.
Como principal nome da Igreja Católica, ele defendeu uma linha conservadora em temas como aborto, homossexualidade e eutanásia. Algumas de suas declarações provocaram confusão, sobre o islã, o uso de preservativo contra o HIV ou a excomunhão de quatro bispos fundamentalistas em 2009.