João Vitor Xavier (PDT), prefeito de Igarapé Grande, prepara pedido de afastamento por tratamento psiquiátrico após confessar assassinato de policial durante vaquejada.

O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), deverá solicitar licença médica de seis meses alegando necessidade de tratamento psiquiátrico, como parte de uma estratégia jurídica para evitar prisão preventiva e possível processo de cassação do mandato. A medida vem na esteira da confissão do assassinato do policial militar Geidson Thiago da Silva dos Santos, conhecido como “Dos Santos”, ocorrido durante uma vaquejada em Trizidela do Vale, no último domingo (6).

Com o afastamento, o comando do município passará para a vice-prefeita Maria Etelvina Sampaio (PDT). A decisão, além de fundamentada em laudos médicos que devem ser apresentados à Justiça, busca garantir estabilidade institucional no município e evitar a repercussão de medidas mais drásticas, como a cassação, considerada improvável no momento, dado o alinhamento político da Câmara Municipal com o prefeito.
Entenda o caso
João Vitor Xavier se apresentou à Polícia Civil na segunda-feira (7), após ser apontado como autor dos disparos que mataram o PM. Em depoimento, alegou legítima defesa, afirmando que o policial teria sacado uma arma e feito ameaças após um desentendimento iniciado por causa de faróis altos no local do evento.
O prefeito afirmou ter usado um revólver calibre .38, arma que não possuía registro legal, e que foi um presente de um eleitor já falecido. Foram realizados pelo menos cinco disparos, segundo a investigação.
Movimento estratégico para evitar sanções políticas
A possível licença psiquiátrica vem sendo discutida entre os advogados do prefeito e aliados políticos. O principal objetivo é:
Evitar um pedido de prisão preventiva, uma vez que o afastamento demonstra, segundo a defesa, ausência de risco à ordem pública.
Preservar o mandato, mantendo uma base de apoio coesa, já que todos os vereadores da cidade são aliados.
Justificar um possível tratamento de saúde mental como consequência do trauma gerado pelo episódio.
Nos bastidores, o caso vem sendo tratado com cautela, e fontes apontam que o prefeito “está abalado psicologicamente” e pode alegar incapacidade temporária para exercer o cargo.
Repercussão e próximos passos
A morte de um agente da PM por um gestor público teve forte repercussão em todo o Maranhão. No entanto, a ausência de prisão em flagrante e a apresentação voluntária à polícia permitiram que o prefeito respondesse em liberdade, aguardando decisão judicial sobre o caso.
A Justiça agora deve avaliar:
A validez do laudo psiquiátrico que embasa o pedido de licença;
A necessidade ou não de decretação de prisão preventiva;
A responsabilidade penal do prefeito com base nos elementos da investigação.





