Prefeito de Igarapé Grande confessou o crime; Justiça agora deve decidir se acata o pedido de prisão feito pela Polícia Civil
O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, confirmou nesta terça-feira (8) que a Polícia Civil do Estado solicitou oficialmente à Justiça a prisão do prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT). O gestor é acusado de assassinar o policial militar Geidson Thiago da Silva dos Santos, conhecido como “Dos Santos”, durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale, no último domingo (6).
“A Polícia Civil requereu à Justiça, na manhã desta terça-feira (8), a prisão do prefeito de Igarapé Grande, suspeito de atirar contra o policial militar. Reiteramos nossa solidariedade à família, amigos e companheiros de farda do soldado Dos Santos e reafirmamos o compromisso das forças de segurança com a apuração rigorosa dos fatos na busca pela verdade e justiça”, declarou o secretário.


Confissão, estratégia de defesa e pedido de licença médica
João Vitor Xavier já havia se apresentado à Polícia Civil e prestado depoimento na segunda-feira (7), onde confessou ter efetuado ao menos cinco disparos contra o PM, alegando legítima defesa. No entanto, o prefeito admitiu que não possuía porte legal da arma, uma pistola calibre .38 que, segundo ele, havia recebido de um eleitor já falecido.
Diante da repercussão do caso e da iminência de um mandado de prisão, o prefeito e sua defesa articulam a solicitação de uma licença médica de seis meses sob justificativa de tratamento psiquiátrico. A medida tem como objetivo:
Evitar a decretação de prisão preventiva;
Justificar afastamento temporário do cargo;
Evitar abertura de processo de cassação do mandato, considerada improvável, já que a Câmara de Vereadores é composta por aliados do prefeito.
Durante a licença, quem assumirá a gestão da cidade será a vice-prefeita Maria Etelvina Sampaio (PDT).
Repercussão estadual e clamor por justiça
O caso ganhou enorme repercussão em todo o Maranhão e é tratado com prioridade pelas autoridades de segurança. A morte de um servidor da Polícia Militar por um agente político em exercício de mandato gerou forte comoção social e pressão por justiça por parte de militares, familiares e representantes da sociedade civil.
A decisão sobre o pedido de prisão agora está nas mãos do Poder Judiciário, que deverá avaliar se há elementos suficientes para decretar a prisão preventiva de João Vitor Xavier, mesmo após a sua apresentação voluntária e alegações de instabilidade emocional.
O prefeito segue, até o momento, em liberdade, mas o pedido formal de prisão preventiva já está com o judiciário, e a expectativa é de que a decisão ocorra ainda nesta semana.
Caso a prisão seja decretada, o prefeito poderá ser encaminhado para unidade prisional especial, em razão do cargo que ocupa.





