Morre Billy Graham, o maior pregador evangélico dos EUA, aos 99 anos.

Conselheiro de presidentes e ícone da fé cristã, Billy Graham marcou gerações com suas “cruzadas” e deixou um legado global no evangelismo

O mundo se despediu de uma das figuras religiosas mais influentes da história moderna. Billy Graham, o pregador evangélico norte-americano que transformou a forma de pregar o Evangelho no século XX, faleceu na manhã desta quarta-feira, aos 99 anos, em sua residência em Montreat, na Carolina do Norte. A causa da morte foi natural, segundo a Associação Evangelística Billy Graham (BGEA).

Nascido em 1918, em uma fazenda na Carolina do Norte, Graham começou sua trajetória como pregador nos subúrbios de Chicago, mas foi na “cruzada” de Los Angeles em 1949 que alcançou fama nacional. A partir daí, tornou-se uma das vozes mais ouvidas e respeitadas da fé cristã em todo o mundo, falando para mais de 200 milhões de pessoas em mais de 400 sermões ao redor do globo.

Um conselheiro espiritual de presidentes dos EUA

A influência de Graham ultrapassou os púlpitos. Ele se tornou conselheiro espiritual de diversos presidentes americanos, entre eles Dwight Eisenhower, Richard Nixon, George W. Bush, Bill Clinton e Barack Obama. Foi um confidente pessoal de Nixon e, segundo relatos, ajudou Bush a superar o alcoolismo e a reencontrar o caminho da fé.

Sua presença era constante em momentos decisivos da política americana. Em um país onde a religião tem peso significativo nas decisões políticas e sociais, Graham foi um símbolo da ponte entre fé e poder.

“Billy Graham foi um servo humilde que orou por muitos — e que, com sabedoria e graça, deu esperança e orientação a gerações de americanos.”
— Barack Obama, via Twitter

“O GRANDE Billy Graham morreu. Não havia ninguém como ele! Será lembrado por cristãos e por todas as religiões. Um homem muito especial.”
— Donald Trump, via Twitter

Controvérsias e legado duradouro

Apesar da imagem respeitável, fitas divulgadas após conversas com Richard Nixon revelaram declarações polêmicas de cunho antissemita, manchando em parte sua reputação. Ainda assim, a pesquisa Gallup frequentemente o incluía entre as 10 pessoas mais admiradas do mundo.

Em 2006, já debilitado por câncer e Parkinson, Billy Graham passou o comando da associação evangelística ao seu filho, Franklin Graham, que adotou um discurso mais radical, principalmente após os atentados de 11 de setembro de 2001.

“Não atacamos o islamismo. Foi o islamismo que nos atacou”, disse Franklin na época, em declarações que causaram repercussão mundial.

Homenagens e comoção global

Religiosos e líderes políticos ao redor do mundo prestaram homenagens a Billy Graham, reconhecendo sua importância histórica e espiritual. No Brasil, o pastor Silas Malafaia exaltou seu legado:

“Um homem de Deus que deixou um grande legado para as gerações. Glorifico a Deus pela vida de Billy Graham!” — escreveu em sua rede social.

A Billy Graham Evangelistic Association também se manifestou nas redes:
“Billy Graham partiu esta manhã em sua casa, em Montreat, Carolina do Norte, e encontrou seu Salvador, Jesus Cristo. Sr. Graham tinha 99 anos.”

Billy Graham deixa um legado inestimável para o cristianismo moderno — um evangelista que rompeu fronteiras culturais, políticas e religiosas, com uma mensagem de salvação, esperança e reconciliação.